E se usássemos no Natal o que aprendemos nas reuniões mais exigentes?
- GO Coaching

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Dezembro chega com luzes, convites, listas, balanços e o inevitável Natal. Mas por trás das campanhas de magia e das fotografias perfeitas nas redes sociais, há muitas vezes um lado silencioso: o da tensão emocional, da comparação constante, da sensação de solidão ou do vazio difícil de explicar.
Para quem perdeu alguém recentemente, para quem atravessa conflitos familiares ou simplesmente para quem não se reconhece nas expectativas do Natal "ideal", esta é uma época de desgaste emocional elevado. A American Psychological Association (APA) sublinha que, ao contrário da ideia romântica do Natal, este período está associado a picos de stress, ansiedade e sentimentos de insuficiência.
E se a solução não estivesse em evitar o desconforto, mas em aproximar-nos dele com ferramentas que já usamos noutros contextos?
Quando uma ceia se parece com uma reunião tensa
Pensemos assim: nas empresas, sabemos como pode ser um encontro exigente. Pessoas diferentes, histórias antigas, palavras atravessadas, egos e expectativas em jogo. E aprendemos a gerir isso com escuta ativa, regulação emocional, comunicação intencional e foco no objetivo comum.
Então por que não aplicar essas estratégias nos jantares de família? Por que não usar o que o coaching de liderança e o desenvolvimento humano nos ensinam também na mesa de Natal?
O Natal como espelho emocional
As dinâmicas familiares são um campo relacional potente. No Natal, ficam mais expostas: estão mais pessoas juntas, durante mais tempo, em espaços simbólicos. E há silêncios difíceis, temas evitados, e também ausências que doem.
A comparação social nas redes sociais intensifica-se nesta altura. Os natais "perfeitos" online tornam-se uma montra onde muita gente se sente "a menos". Segundo o Greater Good Science Center da Universidade de Berkeley, a exposição constante a imagens de celebrações idealizadas está diretamente relacionada com o aumento de sintomas de ansiedade e sentimentos de desajuste.
Mais do que evitar estas emoções, o que se propõe é reconhecê-las e escolher agir com intenção.
O que nos ensinam as boas reuniões?
Num contexto de trabalho eficaz, aprendemos a:
Escutar sem interromper;
Reformular o que ouvimos antes de responder;
Saber quando calar e quando contribuir;
Evitar escalar conflitos;
Criar espaços seguros para desconfortos.
Estas são competências de liderança de alta performance. E também podem ser competências relacionais para o Natal. A forma como conduzimos uma conversa familiar pode mudar o clima emocional do encontro. A forma como reagimos a um comentário pode influenciar toda a noite. A consciência de contexto é uma forma de cuidar.
A arte de fechar ciclos
No coaching de equipa e nos teambuildings estruturados, um dos momentos mais poderosos é a celebração intencional do que foi vivido e conquistado. Fechar ciclos com significado é essencial para criar envolvimento, reforçar a cultura organizacional e alinhar para o que vem a seguir.
O mesmo se aplica ao fim do ano pessoal. Um gesto, um brinde ou uma conversa podem ser o ritual certo para marcar aquilo que foi importante. Não precisa de ser grandioso, precisa de ser verdadeiro. Estudos da Harvard Medical Schoolmostram que pequenos rituais de gratidão e reconhecimento aumentam significativamente os níveis de bem-estar e reduzem a sensação de vazio nas transições anuais.
Sozinhos também é Natal
Nem todas as pessoas têm com quem partilhar o Natal. Segundo a Mental Health Foundation (UK), mais de 40% das pessoas sentem-se mais solitárias nesta época do que no resto do ano. E isso exige empatia.
O que aprendemos em programas de coaching de liderança e de coaching executivo é que liderar é, acima de tudo, saber ler o outro. Saber quando estar presente. Saber quando não fazer nada é fazer muito. Um gesto, uma mensagem ou um encontro simples podem fazer a diferença para quem está só. E esse é um ato de liderança emocional.
Preparar o novo ciclo com humanidade
Empresas que cuidam das suas pessoas ao longo do ano sabem que dezembro é mais do que uma fase de festas: é uma oportunidade para reforçar a cultura, o envolvimento e a confiança.
Na GO Coaching, dezembro é também tempo de rituais de fecho. Criamos momentos para celebrar conquistas, cuidar do bem-estar emocional e ativar novas intenções para o ciclo seguinte. Através de dinâmicas de coaching de equipa, formação em inteligência emocional ou teambuildings com intenção, apoiamos empresas que querem preparar o novo ano com foco, sentido e humanidade.
Se 2025 foi exigente, 2026 pode ser mais intencional. E a forma como vivemos o Natal pode ser o primeiro passo.




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