Na minha vida pessoal vejo muitas pessoas a lidar com o incerto, com as mudanças que querem na sua vida, com os desejos por realizar, recorrendo ao que se pode chamar de “meios alternativos”.
Eu própria tenho o meu fascínio por uma vertente mais espiritual e esotérica da vida, mas considero ser muito importante termos presente alguns tópicos naquilo que pode ser uma viagem de "conhecimento pessoal" realizada com quem possa não ter competências para tal.
Todos sabemos que há profissionais bons e menos bons em todas as áreas, o tema neste assunto é que estamos a falar de um negócio que não é supervisionado, não tem uma ordem profissional por trás e que avança sem qualquer regulação.
Se queremos mudanças nas nossas vidas e se a “via alternativa” muitas vezes nos dá uma motivação, uma crença, uma “luz”, por nos ser transmitida a ideia de uma “cura” quase que por magia, há um trabalho que é nosso e que será mais forte e mais eficaz se percebermos a nossa responsabilidade no processo.
As mudanças não dependem dos “gurus”, dos “guias”, nem mesmo dos psicólogos.
As mudanças surgem da nossa tomada de consciência do que queremos mudar, do impacto dos nossos comportamentos connosco e com os outros.
Da tomada de consciência do que queremos fazer diferente e a partir daí, mudar!
É muito diferente fazermos esta caminhada com um profissional que estuda pelo menos 5 anos na sua área de atuação, que sabe a estrutura que um processo tem, que sabe o que dizer, como dizer, respeitando o processo psicológico e respeitando o paciente.
Há cada vez mais pessoas que chegam a clínicas de psicologia por terem tido experiências de “desenvolvimento pessoal” com pessoas não qualificadas, o que origina consequências graves na sua estrutura psicológica, no seu autoconhecimento e na sua regulação de emoções.
Vende-se a frase feita, a opinião pré definida, o caminho de quem guia em vez de se fazer escutar, perceber o mundo do outro, consolidar a sua visão de si e ir fazendo o caminho, passo a passo, sem truques.
Nisto, façam as Vossas escolhas, sejam críticos no que vos parece bem sustentado e com profissionalismo e estejam atentos a quem vende felicidade como magia, bem paga por sinal, em retiros de fim-de-semana.
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