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Licença para parar

Será que precisamos de pedir “licença para parar”? E como nos sentimos quando temos essa possibilidade?


Existem várias razões que, a nível profissional, nos dão licença para parar: o nascimento de um filho, baixa médica, ano sabático, férias, recompensa de horas extras realizadas… A questão que aqui queremos colocar é: “como é que maioritariamente nos sentimos quando usufruímos destes momentos?”. Será que temos a capacidade de usufruir realmente ou há um sentimento de culpa e falha que nos assombra?


Em muitos processos de coaching que realizamos, sentimos que ainda existe uma cultura organizacional em que o colaborador sente-se mais no papel de “dar” no que de “receber”. E raramente esta relação é equilibrada e saudável.

Quando existe esta necessidade de parar, quer seja por opção, como por obrigação, há uma enorme dificuldade no colaborador (estamos, claro, a generalizar, pois há sempre exceções à regra) em gozar de forma plena deste direito que lhe assiste.

Ouvimos repetidamente: “estou de licença, mas vou vendo os emails”, “estou de baixa, mas liga-me se tiveres alguma dúvida”, “estou de férias, mas posso fazer essa reunião”... Estas atitudes só alimentam padrões injustos e desequilibrados, que não promovem a autonomia e a responsabilidade dos restantes elementos das equipas e da própria liderança. E a verdade é que estes comportamentos alastram-se a diversos elementos, sendo que quem pretende efetivamente usufruir da sua pausa, acaba por sentir que de alguma forma está a falhar.


Jamais estamos a proclamar mau profissionalismo ou completa desresponsabilização das suas funções. Estamos a reforçar a importância de respeitar o tempo e espaço de cada um. A necessidade de parar em pleno sem emoções que contrariem os momentos que estão a ser vividos.

E para isso acontecer, é importante que:

  • a equipa prepare os momentos de ausência de cada elemento

  • quem se vai ausentar possa preparar e antecipar algumas situações que podem ser estratégicas

  • estejam definidas de forma clara as exceções que podem ocorrer e que resultem num contacto telefónico a quem está em pausa

  • quem esteja ausente se sinta no direito de desligar todas as aplicações/notificações de trabalho

  • o líder seja o primeiro exemplo e que exija o usufruto das pausas na sua equipa

  • a empresa promova e exija que todos possam efetivamente parar.

Cultivar uma cultura de parar, quer seja nestes momentos de maior duração, quer seja mesmo ao longo do dia, é crucial para uma boa saúde mental de todos. E uma empresa que promova a saúde mental dos seus colaboradores é também uma empresa mais preparada para os desafios diários que promovem o sucesso.

Exigir e não dar nada em troca é desumano e injusto. Que haja mais relações equilibradas entre o “dar” e “receber”, sem culpas e sem pressões.

Vamos parar hoje 5 minutos?


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